Manifesto

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A disseminação do uso de ferramentas de comunicação e produtividade permitiu que diversas atividades e setores passassem por um processo de desintermediação, onde o usuário dessas ferramentas (e beneficiário do produto/serviço) passou a ter contato direto com o produtor de bem ou prestador de serviço para atender sua demanda. Esse fenômeno pode ser identificado em diversas situações atuais como distribuição de conteúdo, comércio, serviço de táxi, entre outros. [melhorar]

Naturalmente, essa realidade chegará ao campo político objetivando o maior acesso do cidadão a mecanismos de proposição, discussão e fiscalização de políticas públicas. De fato já existem organizações e indivíduos que vêm contribuindo com iniciativas de democracia direta, acesso a informação e encaminhamento de demandas.

Nesse contexto, buscamos desenvolver uma ferramenta que permita o acolhimento de demandas e a sua posterior discussão, para eventualmente resultar em alguma ação a ser tomada. Nossa visão é disponibilizar essa ferramenta a todos, independente da maneira como ela será utilizada, seja para proporcionar acesso a democracia direta ou para organizar grupos fechados de indivíduos.


A discussão como processo colaborativo[editar | editar código-fonte]

O objetivo de se manter aberto às diversas formas de utilização atende a princípios comuns em comunidades de software livre, que visam explorar a capacidade de se gerar inovação por meio da colaboração e publicação de melhorias.

[elaborar, incluindo conceitos de democracia direta, seus benefícios e seus limites]


A importância do indivíduo e dos agrupamentos[editar | editar código-fonte]

Embora seja tentador acreditar em um cenário utópico de um único grupo aberto e heterogêneo, discutindo e confluindo em ideias, sabemos que não se trata de uma possibilidade real. Por esse motivo, acreditamos que a ferramenta deva estar disponível para que qualquer grupo possa utilizá-la, dentro de suas próprias regras de conduta e ideais políticos. Tudo isso com a ressalva de que qualquer melhoria feita à ferramenta deva ser disponibilizada publicamente, para uso por qualquer outro grupo.

Entendemos também que o indivíduo deva sempre ser capaz de se manifestar, respeitadas as regras de conduta predefinidas, pois é dele que surgem as demandas e é ele que, em última instância, é beneficiado ou prejudicado pelas condições oferecidas pela sociedade.

No entanto, isso não significa que devemos ignorar os pesos relativos que indivíduos e agrupamentos devem ter no processo que se propõe estabelecer com essa ferramenta. Essa visão tem por base dois aspectos principais: a representatividade de uma demanda e a necessidade de se estabelecer um foco de ação.

No primeiro aspecto, é bastante nítido que um agrupamento organizado de indivíduos, defendendo uma mesma ideia, representa mais efetivamente uma demanda do que um indivíduo isolado. Não se trata aqui de dizer que um indivíduo isolado não deva ser ouvido, mas sim que sua manifestação deve ser enquadrada em um processo que vise a obtenção de apoios e o surgimento de um agrupamento composto por outros indivíduos e organizações que deem suporte à demanda iniciada por esse indivíduo. Dar a mesma importância a indivíduos e agrupamentos é contraprodutivo por fomentar uma babel de propostas, sem que se chegue a resoluções práticas.

E justamente a necessidade de resoluções práticas nos força a estabelecer foco nas discussões propostas. Não podemos ignorar que, na prática, sempre existirão divergências de visão que, se submetidas a um eterno processo de discussão em um grupo heterogêneo, nunca resultarão em ações representativas para cada determinado grupo de indivíduos. Por esse motivo, sustentamos que a ferramenta a ser disponibilizada deve ser utilizável por qualquer agrupamento, e deve permitir não somente a aglutinação de indivíduos, mas também cisões de agrupamentos em situações de divergências inconciliáveis.

[concluir, puxando pra seção seguinte]

A ação como vetor de representação[editar | editar código-fonte]

A crise de representatividade pela qual supostamente passa a política nacional tem diversos fatores, mas um dos mais determinantes é o distanciamento do cidadão comum da construção das ações tomadas pelos representantes. [elaborar]

Outro fator é a complexidade da sociedade atual, que torna praticamente impossível se encontrar um único representante que tenha posições coincidentes com a do eleitor em toda uma miríade de temas, e para o qual o voto seria direcionado. Mas o que fazer então se o sistema atual nos permite a escolha de apenas um representante?

Essa na verdade é uma pergunta equivocada, pois mantém o foco em um modo de atuação política ultrapassado em que o cidadão tem pouco acesso ao processo de construção das propostas. O que o processo de desintermediação na política irá nos proporcionar é justamente a participação no momento de discussão dos temas e proposição das políticas públicas.

O sistema representativo, no qual nossa estrutura política é baseada, não será alterado em um horizonte próximo e nem deve ser necessariamente o foco de mudança do sistema político. Tampouco deve ser central a busca por um único representante que defenda todas suas bandeiras pessoais, pois só existe uma única pessoa que o faz, e ela é você!

A busca deve estar em criar ambientes e estruturas nos quais os indivíduos possam se agrupar em torno de cada tema. E que cada agrupamento possa discutir seu posicionamento político, aliar-se com outros grupo ou confrontá-los, definir ações específicas para o tema em discussão e buscar apoios de indivíduos, de organizações e da sociedade para propor, influenciar e pressionar os representantes dos cidadãos a assumir a responsabilidade política de representar as ações propostas por determinado grupo.


[concluir com um chamamento]